O Rio de Janeiro, desde muito tempo é foco de conflitos entre traficantes e policiais. Mais especificamente dentro das favelas.
A questão é isso: Favelas. Quando pensamos nela, o que vem à nossas mentes, além casas apinhadas umas em cima das outras e sem reboco? Pensamos em meninos com camisa na cabeça (como uma burca), negros, mal encarados, com correntes e armas na mão. As meninas, com piercings e tatuagens, grávidas com menos de 15 anos ou vendendo seu corpo.
Nunca pensamos naquela gente honesta que devolve dinheiro que acha, nos pais de família que saem pra trabalhar às 5 da manhã, nos jovens que querem ter um futuro e batalham pra isso.
Por quê?
Particularmente, atribuo isso à nossa herança escravocrata. Preconceituosa. Excludente. E estereotipante.
E de quem é a culpa?
“Do governo”, sempre dizemos. Só em parte dessa vez. A maior parcela de culpa vai para... (rufo de tambores) VOCÊ E EU! Sim, querido, a marginalização existe por nossa visão limitada. Por não querermos contratar negros, ex-detentos, moradores de subúrbios. Por não querermos que nossos filhos sejam amigos de filhos de detentos e de “favelados”. Por nós mesmos não querermos nos socializar com estas pessoas.
Claro que existem as cotas e todo tipo de auxílio governamental aos menos favorecidos. Porém isso não me encaixa na sociedade. Isso não aumenta minha auto-estima.
E se fosse com você?
Eu também não gostaria.
Por Thaísa Farias.
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